Técnicas de Elicitação de Requisitos
1. Introdução
A aplicação de técnicas estruturadas na Engenharia de Software é fundamental para garantir eficiência, qualidade e alinhamento com as necessidades reais dos stakeholders. Métodos bem-definidos ajudam a evitar ambiguidades, reduzir retrabalho e facilitar a comunicação entre equipes multidisciplinares (VAZQUEZ; SIMÕES, 2016). Seja na elicitação de requisitos, no design de soluções ou na validação de protótipos, o uso de técnicas adequadas transforma desafios complexos em processos organizados e resultados tangíveis.

Figura 1: Imagem clássica sobre diferentes visões de um requisito
Fonte: Disponível em DevMedia
A seguir, serão apresentadas algumas das principais técnicas utilizadas por profissionais da área, destacando seus objetivos e benefícios:
2. Entrevista
De acordo com Vazquez e Simões, vários aspectos devem ser considerados ao conduzir uma entrevista com partes interessadas. Em primeiro lugar, é essencial definir claramente o objetivo da entrevista e, se necessário, preparar um roteiro com perguntas que servirão como base para a conversa. Além disso, é importante planejar os materiais que serão utilizados, como gravador, papel e caneta, e decidir se o próprio engenheiro de requisitos fará as perguntas ou se um assistente será envolvido.
O comportamento do entrevistador também é crucial: ser polido, educado e profissional pode fazer toda a diferença no sucesso da entrevista. Esses critérios, entre outros, contribuem para uma entrevista eficaz.
3. Prototipação
A prototipação é uma técnica valiosa que ajuda a equipe a visualizar os requisitos e como eles funcionarão na prática. Se algum requisito não for atendido corretamente ou for esquecido, de acordo com Vazquez e Simões, o protótipo facilita sua identificação. Além disso, um protótipo permite explorar diferentes versões da solução, incentivando a criatividade e a inovação.
Essa técnica não é útil apenas para a elicação de requisitos, mas também para a validação, garantindo que o produto final atenda às expectativas das partes interessadas.
4. Observação
Antes de iniciar a observação, é fundamental definir os objetivos claramente, selecionar o grupo a ser observado e estabelecer o tempo de duração da observação (VAZQUEZ; SIMÕES, 2016).
A observação é especialmente indicada quando as partes interessadas têm dificuldade em expressar suas necessidades em uma entrevista.
4.1 Possíveis problemas:
Se o ambiente de trabalho sofre interferências externas que alteram a rotina real, a observação pode se tornar ineficaz.
4.2 Tipos de observação:
De acordo com Vazquez e Simões, existem duas posturas que o observador pode assumir:
- Passiva: O observador não interfere no processo, apenas registra as atividades e faz questionamentos ao final.
- Ativa: O observador interage durante o processo, fazendo perguntas e participando ativamente.
5. Brainstorming
O brainstorming é uma técnica de geração de ideias em que, inicialmente, nenhuma ideia deve ser descartada ou julgada como boa ou ruim. Recomendações para um brainstorming eficaz:
- Envolver pessoas de diferentes áreas para diversificar as perspectivas.
- Garantir que participantes de menor hierarquia se sintam à vontade para contribuir.
- Manter o foco no assunto principal, evitando desvios.
5.1 Método de Classificação
As ideias mais recorrentes ou mais votadas pelo grupo devem ser priorizadas.
5.2 Técnicas complementares:
- Suposição Invertida: Questionar pressupostos para estimular novas ideias.
- Scamper: Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar, Propor novos usos, Eliminar ou Reorganizar ideias existentes.
- Storyboarding: Representação em sequência visual de cenários para identificar fluxos e requisitos ocultos.
- Role Storming: Geração de ideias assumindo papéis distintos (ex.: cliente, desenvolvedor).
6. Workshop
O workshop é semelhante ao brainstorming, compartilhando algumas técnicas, mas com diferenças importantes:
- É mais estruturado e aprofundado.
- Geralmente tem duração maior.
- Envolve dinâmicas e debates guiados por um facilitador.
6.1 Como conduzir:
O facilitador apresenta conceitos e propõe atividades e o grupo discute colaborando na construção de propostas.
Essa abordagem é ideal para soluções complexas que exigem análise detalhada e participação ativa das partes interessadas.
7. Bibliografia
Ian Sommerville Engenharia de Software. tradução Ivan Bosnic e Kalinka G. de O. Gonçalves ; revisão técnica Kechi Hirama. — 9. ed. — São Paulo : Pearson. Disponível em: https://www.facom.ufu.br/~william/Disciplinas%202018-2/BSI-GSI030-EngenhariaSoftware/Livro/engenhariaSoftwareSommerville.pdf. Acesso em: 20 abr. 2025.
Carlos Eduardo Vazquez, Guilherme Siqueira Simões Engenharia de Requisitos Software Orientado ao Negócio. Copyright© 2016 por Brasport Livros e Multimídia Ltda. Disponível em: https://analisederequisitos.com.br/wp-content/uploads/2023/06/engenharia-de-requisitos-software-orientado-ao-negocio.pdf. Acesso em: 13 abr. 2025.
8. Histórico de Versões
Tabela 1: Histórico de Versões
Fonte: Caio Duarte, Gabriel Pinto, João Félix, Larysssa Felix, Letícia Monteiro, Ludmila Nunes e Mayara Marques, 2025.