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Priorização pela Quality Function Deployment (QFD)

Introdução

No final da década de 1960, originalmente no contexto da indústria de manufatura e desenvolvido no Japão pelo Yoji Akao, surgiu o Quality Function Deployment (QFD) - Desdobramento da Função Qualidade - uma metodologia para auxiliar na tradução das necessidades do consumidor em requisitos de design, garantindo que o produto ou processo desenvolvido atenda a tais expectativas [1, p.3][2]. Nesse contexto, segue-se algumas definições vinculadas a essa técnica de priorização:

  • Segundo a American Society for Quality, o QFD é definido: “um processo estruturado para planejamento do design de um novo produto ou serviço, ou para reprojetar um existente” [1, p.3,4; tradução própria].
  • Para a ISO 16355, QFD é descrito como: “um método para assegurar a satisfação e o valor do consumidor e das partes interessadas em produtos novos e existentes, incorporando, a partir de diferentes níveis e perspectivas, os requisitos que são mais importantes para o consumidor ou para as partes envolvidas” [p.4, tradução própria].
  • Já segundo Yoji Akao, autor original, descreve o QFD como a combinação do QD e o QFD de definição restrita [2]. Por um lado, o QD (Quality Deployment) - Desdobramento da Qualidade - é definido pelo autor como uma metodologia que: “converte as demandas dos usuários em características de qualidade substitutas, estabelecendo a qualidade do design do produto e sistematicamente desdobrando essa qualidade em componentes, peças individuais e elementos de processo” [2, tradução própria]. Por outro lado, o QFD de definição restrita é descrita como uma “Implementação passo a passo de uma função ou operação que incorpora a qualidade nos seus pormenores através da sistematização de objetivos e meios” [2, tradução própria].

O fator principal que caracteriza a eficácia da metodologia QFD, é sua capacidade de capturar e priorizar as necessidades dos consumidores e vinculá-los com os requisitos técnicos [1, p.4]. Essas características possibilitam que o QFD seja usado na avaliação e priorização no contexto da melhoria da qualidade, convertendo-as em requisitos mensuráveis de processo ou produto [1, p.4]. Assim, a técnica QFD agrega o processo de assegurar a qualidade e conjuntamente os pontos de controle de qualidade, utilizando desdobramento de funções encontradas em engenharia de valor (Value Engineering) [1][2].

Detalhes do Projeto

  • Título: DeepSeek
  • Líder do Projeto: Mateus Villela
  • Data: 04/05/2025
Tabela 1. Stakeholders
Nome Localização Profissão Idade Tipo de Stakeholder
Kamila Dutra Buenos Aires Medicina 20 Cliente
Pedro Bueno Buenos Aires Medicina 20 Cliente
Janaina Barra do Bugres Arquitetura 20 Cliente
Fábio Brasília-DF Engenharia de Software 21 Especialista
Luiz Guilherme Brasília-DF Engenharia de Software 20 Especialista
Mateus Villela Brasília-DF Engenharia de Software 21 Especialista

Metodologia de Priorização

Para o contexto atual, na aplicação do DeepSeek, foi utilizado como uma das técnicas o QFD. Entretanto, o modelo utilizado é uma adaptação do orginial, ou melhor, um simplificação para condizer com a aplicação no âmbito da disciplina. Nesse sentido, segue-se as etapas assoicados a metodologia aplicada:

  • Seleção dos Requisitos elicitados:

    • Diferente das demais técnicas de priorização aplicadas, essa teve que ter um corte de escopo, pois sua complexidade resultaria em um processo ineficiente e demaisado dispendiosa para o contexto da aplicação em questão.

    • Requisitos classificados Técnicos selecionados

      • Busca na web (#RF01)

      • Deep Thinking (#RF02)

      • upload de arquivos (PDF, DOCX, TXT, imagens) até 10 MB com OCR < 35 s (#RF03)

      • salvar e sincronizar chats entre plataformas (#RF05)

      • Busca incremental (sugestões em tempo real conforme usuário digita) (#RF23)

    • Requisitos de Consumidor selecionado

      • Disponibilizar resumo automático de vídeos (importação de links do YouTube para sumarização) (#RF38)

      • Implementar memória de contexto persistente entre conversas (#RF31)

      • Suportar múltiplas requisições simultâneas sem degradação de desempenho (#RN07)

      • Implementar comandos de voz para entrada e saída de informações (#RF34)

      • Deve haver campo de interação entre usuário e a IA (#RF07)

      • Deve exibir citações de fontes e referências em respostas (#RF14)

      • Deve permitir regenerar respostas em caso de erro (#RF17)

      • Assegurar estabilidade na geração de conteúdos pesados, evitando erros de formatação ou falhas (#RN12)

      • Permitir escolha de modelos (seleção de diferentes versões/modelos de IA) (#RF32)

      • Montagem da Casa da Qualidade (House of Quality - QFD)
        • O Quality Function Deployment (QFD) é uma metodologia utilizada para traduzir as necessidades dos clientes (What’s) em requisitos técnicos (How’s).
        • A Casa da Qualidade é a matriz principal do QFD, que organiza e prioriza essas necessidades.
    • Estrutura da Casa da Qualidade

      • A matriz é composta por diferentes seções que conectam requisitos dos consumidores aos requisitos técnicos:
        • O que o cliente deseja (What’s) → São listadas as necessidades dos usuários.
        • Requisitos técnicos (How’s) → São as características do produto que atendem às necessidades do cliente.
        • Relacionamento entre What’s e How’s → Indica a força da relação entre as necessidades dos usuários e as especificações técnicas.
        • Correlação entre requisitos técnicos (telhado da matriz) → Mostra como os requisitos técnicos se influenciam mutuamente.
        • Importância dos requisitos → Define o peso relativo de cada necessidade do usuário.
        • Comparação com concorrentes → Analisa a posição do produto em relação à concorrência.
    • Passos para Montagem da Casa da Qualidade

      • 1. Identificar as Necessidades do Cliente (What’s)
        • Levantar requisitos através de entrevistas, pesquisas e observação.
      • 2. Listar os Requisitos Técnicos (How’s)
        • Traduzir as necessidades do cliente em especificações do produto.
      • 3. Criar a Matriz de Relacionamento
        • Avaliar a força da relação entre os requisitos técnicos e as necessidades dos clientes.
        • Utilizar uma escala como:
        • 0 → Sem relação
        • 1 → Fraca
        • 3 → Média
        • 9 → Forte
      • 4. Priorizar os Requisitos Técnicos
        • Atribuir pesos às necessidades dos clientes.
        • Calcular o peso relativo dos requisitos técnicos com base na importância dos What’s e na força da relação.
      • 5. Analisar a Correlação Entre os Requisitos Técnicos
        • Construir o telhado da Casa da Qualidade, verificando relações positivas e negativas entre os How’s.
    • Análise da Correlação Técnica

      • No telhado da matriz, avalia-se como os requisitos técnicos influenciam uns aos outros:
        • Correlação Muito Positiva (++) → Requisitos que se reforçam fortemente.
        • Correlação Positiva (+) → Requisitos que têm impacto favorável.
        • Sem correlação (0) → Nenhuma influência direta.
        • Correlação Negativa (-) → Um requisito compromete parcialmente o outro.
        • Correlação Muito Negativa (--) → Um requisito prejudica fortemente o outro.
    • Cálculo de Importance e Weighted Score no QFD

      1. Importance (Importância)

        • Definição: Representa o nível de prioridade de cada requisito do consumidor no QFD.
        • Cálculo:
          • Cada requisito do consumidor recebe um peso, baseado em sua importância.
          • Os pesos são atribuídos stakeholders através de uma escala (exemplo: 1 a 5, ou 1 a 10).
          • A importância final é determinada por:
            • Soma dos valores atribuídos pelos consumidores.
            • Conversão para porcentagem, se necessário:
              $$ \mathrm{Customer\ Importance\ (\%)} = \frac{\mathrm{Customer\ Importance\ Rating}}{\sum \mathrm{Customer\ Importance\ Ratings}} \times 100 $$
      2. Weighted Score (Pontuação Ponderada)

        • Definição: Representa o impacto dos requisitos técnicos em relação à importância dos requisitos do consumidor.
        • Cálculo:

          • Os requisitos técnicos recebem valores de correlação em relação a cada requisito do consumidor.
          • Normalmente, utilizam-se símbolos de correlação (Exemplo: forte, médio, fraco ou nulo).
          • Cada símbolo pode ser convertido para um valor numérico (Exemplo: forte = 9, médio = 3, fraco = 1, nulo = 0).
          • A Weighted Score de cada requisito técnico é calculada por:

            • Multiplicação da correlação entre requisitos técnicos e importância do requisito do consumidor:

              $$ \text{Weighted Score} = \sum (\text{Customer Importance Rating} \times \text{Correlation Point}) $$

            • Isso gera um ranking dos requisitos técnicos, indicando quais são mais relevantes para atender às demandas dos consumidores. 3. Technical Importance Score (Pontuação de Importância Técnica) - Definição: Mede a relevância dos requisitos técnicos em relação ao produto final. - Cálculo: - Soma dos Weighted Scores de cada requisito técnico:

              $$ \text{Technical Importance Score} = \sum \text{Weighted Score} $$
              - Conversão para porcentagem, se necessário:
              $$ \mathrm{Technical\ Importance\ (\%)} = \frac{\mathrm{Technical\ Importance\ Score}}{\sum \mathrm{Technical\ Importance\ Scores}} \times 100 $$

        • Isso ajuda a definir quais requisitos técnicos devem ser priorizados no desenvolvimento do produto.

  • Execução das reuniões com os Stakeholders

    • Parte 1 - Stakeholders: Consumidores/Clientes

      • Ambiente de Reunião: Jitsi meet
      • Data/Hora da Reunião: 21:30h 03/05/2025
      • Objetivos: Determinação dos pesos vinculados à requistos do consumidor e estabelecimento do Banchmark.

    • Parte 2 - Stakeholders: Especialistas

      • Ambiente de Reunião: Teams
      • Data/Hora da Reunião: 16:40h 04/05/2025
      • Objetivos:
        • Determinação:
          • Direções de aproveitamento do requistos técnicos (Topo da Casa da Qualidade).
          • Matriz triangular de Correlação entre os requistos técnicos ("Telhado" da Casa da Qualidade).
          • Corpo de relações (Matriz de relações entre requistos do consumidor e requistos técnicos) da Casa da Qualidade.
        • Resultado Final obtido no QFD

  • Resultado Obtido no QDF para o Deepseek

Resultado

Fluxo do questionário DeepSeek
Figura 1. Casa da Qualidade - QFD - Deepseek.
Autor: @Mateus

Conclusão

Segue a tabela de priorização dos requistos Técnicos.

Tabela 2. Priorização dos Requisitos Técnicos
Critério Peso (%) Rank de Prioridade
Deep Thinking 30% 1
Busca na web 24% 2
Upload de arquivos 22% 3
Sincronização de chats 14% 4
Busca incremental 10% 5

Fonte: QFD - Google Sheets

Autor: @Mateus

Bibiliografia

  1. ERDIL, Nadiye Ozlem; ARANI, Omid M. Quality function deployment: more than a design tool. International Journal of Quality and Service Sciences, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1108/IJQSS-02-2018-0008. Acesso em: 01 maio 2025.

  2. AKAO, Yoji. QFD: Past, present, and future. In: International symposium on QFD. Linköping, Sweden: International council of QFD, 1997. p. 1-12.

Autores / Revisores

Data Descrição Autor Revisor
04/05/2025 Técnica de elicitação QFD @Mateus @Gaubiela
08/05/2025 Reinamento de documentação baseado na Inspeção realizada pelo grupo 1 e no feedback do professor André Barros @Mateus